Especialistas contrariam a OMS e dizem que não existe “vício em videogame”
Recentemente a OMS incluiu em sua lista oficial de doenças o vício em videogames. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o transtorno estaria relacionado à depressão, mal-estar e baixa autoestima. Para muitos profissionais da área porém, a OMS está se precipitando até demais, justamente porque os estudos a respeito não são conclusivos.
O professoar associado e diretor de pesquisa do Oxford Internet Institute, Andy Przybylski, concedeu uma entrevista ao jornal britânico The Guardian criticando a ação. “O que é muito importante entender sobre isso é que essas correlações são extremamente pequenas”, disse. “E 99% do bem-estar de uma criança não tem nada a ver com telas, independentemente de como você mede isso”.
Já para o professor de psicologia e ciência da Universidade de Bath, Pete Etchells, a correlação não está necessariamente errada, só que é bem prematura. “A melhor evidência que temos atualmente sugere que algum tempo de tela, algum vídeo game por dia, é melhor do que nenhum, especialmente para o bem-estar infantil”, declarou.
Isso quer dizer então que está liverado passar 24h por dia 7 dias por semana jogando Fortnite? Não necessariamente. A discussão aqui é sobre classificar o hábito como doença, e não se existe um tempo limite pra que você passe o tempo jogando.
Max Davi, médico do Royal College of Paediatrics, essa é uma questão familiar, e cabe aos pais educarem os filhos a controlarem o seu tempo de tela e praticarem outras atividades.
Se o problema fosse esse…
Em 2011, a Coreia do Sul adotou uma política de toque de recolher nos jogos online para menores de 16 anos entre a meia-noite e às 6h da manhã. Não é preciso nem dizer que a prática não funcionou e que a maioria dos jovens pesquisados disse continuar sem dormir de madrugada, só que fazendo outras coisas. No fim das contas, não eram os games que os deixavam acordados.