Pesquisadores flagram peixe elétrico de 2 m caçando em grupo na Amazônia
Um animal desses, conhecido como poraquê, pode chegar a 2 m de comprimento, e 20 quilos.
Se um poraque sozinho, com seus 2 metros de comprimento e 20 quilos é capaz de assustar sua vítimas, eles em bando podem virar um verdadeiro pesadelo. Isso porque alguns destes animais, ao que parece, descobriram que andar em bando pode ser algo bem vantajoso quando forem caçar. Foi o que revelou na última quinta-feira (14), no periódico científico Ecology and Evolution, alguns cientistas.
Embora o poraquê seja um animal conhecido há mais de 250 anos, o entendimento sobre ele ainda é bastante limitado. Pra você ter uma ideia, até 2019, pensava-se que havia apenas uma espécie desse peixe, quando na real existem três. O artigo científico que diferencia as três, vale lembrar, foi feito pelo mesmo grupo de pesquisadores que trabalharam nesse que foi divulgado recentemente.
Electrophorus Voltai é o nome da espécie que foi vista caçando em grupo no rio Iriri, no Para, conhecida por ter a descarga elétrica mais forte do reino animal. Calcula-se 860 volts (um tranco sete vezes mais intenso que uma tomada doméstica comum pode propiciar). Um terror danado para suas presas, peixinhos minúsculos chamados pelo nome simpático de piabas.
A cena é essa: um cardume de piabas fica dando sopa na parte rasa do rio, quando de repente grupos de dois a dez poraquês aparecem, cercando os peixinhos. Com as vítimas encurraladas, os predadores começam a ssessão cadeira elétrica fazendo os peixinhos tentarem pular pra fora da água, e pousarem na boca de seus algozes como uma deliciosa iguaria de almoço.
Douglas Bastos é o nome do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Ele já observou esse procedimento várias vezes. Douglas viu a caça em grupo pela primeira vez em 2012, só que ele só decidiu voltar anos depois ao local. Em 2014, ele não focou só em acompanhar a espécie no ambiente natural, como também ainda pegou alguns exemplares com o objetivo de fazer a descrição do bicho – que seria publicada em 2019.